andando pelo centro da cidade em direção ao evento da minha vida, era possível identificar todos que também caminhavam ao mesmo destino.
rostos conhecidos, estampas nos peitos – também conhecidas -, sorrisos espontâneos que brotavam desapercebidos…
algum tipo de ligação unia os olhares. uma forte sintonia ligou os pontos na cidade maravilhosa.
um estado constante de ansiedade, um apocalipse sentimental. meu coração batia tão acelerado, que eu não sabia como suportar. só sabia que devia caminhar naquela direção e esperar a explosão musical mortal.
iríamos renascer milhares e milhares de vezes, a cada música, batida e balançar de cabeça daquele ser estranho com voz de anjo ao contrário.
chegamos e, o coração ainda pulsava. forte.
de todos os lados víamos os pontos se alinhando. sorrisos insistiam em brotar, passos rápidos, a ansiedade definitivamente nos consumia.
primeiro obstáculo, primeiro portão.
leve multidão se aglomerava. empurra, empurra.
nos deixe passar, nós queremos entrar. nós queremos morrer, estamos nús, tudo que precisamos está aqui.
nos vista. nos permita.
me senti nua, no meio de tantas pessoas, com o mesmo propósito.
todos sabiam o que estava guardado dentro do coração de cada um.
nenhuma palavra conseguia sair da minha boca. não consegui me concentrar em mais nada, a não ser nas surpresas, na casa dos cartões, na polícia, na emoção nua.
meu cérebro gritava e minha boca calava. EU QUERO ENTRAR.
entramos.
frenéticos não só em pensamento, mas também nos pés.
alucinados, acredite, alucinados, todos os pés corriam e todos os braços se debatiam.
era muita sede, muita fome, era muita vontade de estar ali. todos corriam.
algum choro pelos cantos, algumas risadas. alguns ‘corre, forrest, corre’. mas, mais uma vez, chegamos.
obstáculo número dois.
mais uma fila, mais coração pulsando e veias sobressaltadas.
senti meus joelhos tremerem. eu estava mais perto do que podia imaginar, de estar no auge do meu amor.
finalmente estávamos frente-a-frente da bomba. me senti com uma granada nas mãos.
não tinha mais pra onde ir, não haviam caminhos de fuga. a explosão era eminente, bem diante dos meus olhos.
dali em diante as horas oscilavam entre corridas e passos lentos.
los hermanos passou desapercebido, meu foco era outro. e quando eu tenho foco, nem uma bomba menor consegue desfocar. aliás, bem menor. quase um traque de são joão.
os alemães da geniosa e chocante banda kraftwerk sobem no palco e eu viajo alguns anos atrás.
lembrei de jogos em modo ms-dos que jogava num computador imenso. dos games de mão, dos cubos mágicos.
em meio a tanta imagem retrô, vi robôs e uma projeção ao futuro.
os integrantes da banda eram robôs sem movimento, fazendo uma música capaz de movimentar até esqueleto debaixo da terra.
o show passa tão rápido que meus pés, que não pararam no chão, não puderam notar.
de repente um som sombrio e uma magia atmosférica toma conta do espaço.
as pessoas começaram a ficar lentas e apreensivas. a sintonia já tinha conectado todos os pontos.
assim como as estrelas e os cosmos se ligam, as cabeças estavam ligadas.
e o som perturbador continuava…
conseguimos entender prq o simbolo do evento era uma formiga.
prq formigas trabalham juntas, na sua própria multidão, em função de um objetivo só.
e o nosso era poder contemplar toda aquela grandeza que estava nascendo diante dos meus olhos.
eles aparecem. meu deus, eles estão tão perto de mim.
visualizei meu windows media player, os desenhos psicodélicos, todas as poesias e poemas mais dolorosos que ganharam forma ao som de.
meu coração parou, assim como os meus olhos que olhavam estáticos aquele jogo de luzes sobre os famosos rostos que figuraram por tantos anos minha mente.
eles estavam ali. eu os senti como sinto meus cabelos em minhas mãos.
a primeira música, a introdução, foi o suficiente pra me fazer cair em cócoras com as mãos no rosto e meus olhos afogarem.
solucei, não suportei, solucei de tanto choro que jorrava minha face feliz.
gritei todos os palavrões que podia, pra tentar disfarçar o choro não contido.
chorei e não desliguei o corpo por quase todo o tempo que suportei.
meus pés não queriam o chão, eu não queria me acalmar. eu queria estar na explosão. e eu estava.
alcancei o auge do sentimento, da emoção, do prazer e da plenitude.
repeti dentro de mim mil vezes, que eu podia morrer prq eu alcancei o que todas as pessoas buscam a vida toda.
meu nirvana foi ali, naquela arquibancada, com visão privilegiada, brisa na testa, coração abalado e lágrima nos olhos.
eu morri e renasci, diante do fogo que invadiu o palco durante creep, durante os peixes em weird fishes, as nuvens em karma police e as surpresas em no surprise.
eu renasci ao ouvir obrigada rio, em ver o prazer em fazer arte, eu renasci em ver que tudo na minha vida fez um sentido inexplicável ao ver que vale a pena lutar pelo que se gosta, pelo que se ama fazer. pelo que se quer e compartilhar todo o prazer do fazer, ser e…SER.
eu
morri
em arco-
íris
de
sentimento.
Categoria: Lifestyle
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp
Lavando a louça sem irritação
Olha, eu adoro lavar louça. Juro. Quando eu conto isso pras pessoas, a maioria acha engraçado e duvida disso, mas eu concordo que é irritante. É o tipo de coisa que mesmo gostando, você só faz por obrigação.
Foram raras as vezes que eu lavei por prazer apenas. Foi num dos dias de monte Everest de panelas e pratos, e talheres, que eu pensei nas táticas que uso pra não me irritar. E bom, nada mais justo compartilhá-las com vocês. Vamos lá.
Primeiro passo:
Separe por categorias: panelas junto com panela, as maiores como base. E de acordo com o tamanho, vá encaixando uma sobre a outra. Pronto. Montanha número um, empilhada.
Segundo passo:
Pegue todos os pratos e siga o mesmo esquema das panelas. Os maiores e rasos como base e os menores por cima. Se estiver com coisa grudenta, deixar de molho com água e detergente.
Terceiro passo:
Vasilhas de plásticos: mais uma vez seguindo o mesmo sistema, maiores por baixo, menores se encaixando em cima.
Quarto passo:
Copo também empilhado. Geralmente são os mais fáceis de lavar, a não ser que tenha uma caneca que precisa deixar de molho com um pouco de água e detergente.
Quinto passo:
Pegue os talheres e coloque dentro de alguma xícara. Junte-os na mão e passe a esponja e todos ao mesmo tempo. Capriche!
* Vale ressaltar que se os pratos e panelas tiverem com resíduo de comida, você vai ter que esfregar mais os fundos que entrarem em contato. Por isso, eu mudo o sistema de empilhamento quando noto algum resíduo. Se tiver, passe uma água antes ou não se importe em esfregar mais um.
Pronto. Categorias separadas, hora da verdade. Eu uso detergente Limpol porque é bem bom. Sempre uso esponja e bucha de aço, mas tem que tomar cuidado, porque em certos materiais ele pode tirar o brilho. Por exemplo, meu copo de acrílico cor-de-uva da Tok&Stok perdeu TODO o brilho e ficou fosco, por esquecimento da minha mãe.
Se a irritação for muita, coloque um sonzinho ambiente a sua escolha. Eu vario de acordo com o humor.Certo dia lavei ouvindo Rammstein, o outro ouvindo a rádio MEC, que é só música clássica. 😛
Outra coisa tb, é que há quem use luvas. Eu nunca usei porque se perde a segurança nas mãos, creio eu. Mas se você quer usar e não quer perder o estilo, olha que gracinhas de luvas!
Enfim, é isso. Garanto que se você adotar essas dicas, a hora da louça vai ser menos sofrida. Mas e você? Qual é a sua tática pra meter a mão na água?
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp