Há um tempo atrás eu conheci a marca La Reina Madre, que tem como desenvolvedora a Denize Barros.
O que me fez ter interesse direto, foi o logotipo; um coração, uma faixa, coroa, raios de luz e um bom nome.
Elementos que além de me serem agradáveis por que gosto do estilão oldschool deles, também se dão muito bem quando juntos.
Passado o momento de foco inicial, aconteceu a paixão imediata pelas produções de Denize.
Cores, gravuras, texturas, formas…Tudo isso em bolsas de diferentes formatos, carteiras graciosas, toys, colares, acessórios para cabeça…
La Reina Madre gritou, berrou criatividade em meus ouvidos. E eu, apaixonada por criatividade e beleza que sou,
me apaixonei de cara…
Acompanhei por um tempo seus lançamentos e sempre mantive a paixão e surpresa em cada lançamento.
Pois quando alguém consegue inovar sempre me surpreende.
Bom, um certo tempo passou e eu nunca mais procurei saber sobre a La Reina.
Mas eis que uma grande amiga minha, a Ana Monteiro, se disse fã absoluta.
Então me recordei, procurei informações, novidades no site e u-a-u, mais uma vez me surpreendi.
Comentei com a Ana que gostaria de entrevistá-la, e, durante o comentário, descobri que a Denize também coleciona Blythes!
Ou seja, a minha vontade aumentou!
Ana querida rapidamente me passou o e-mail da Denize, ela responde, eu respondo. E pronto. Entrevista marcada e desenvolvida.
E com vocês, La Reina Madre!
Mãe, tô sem roupa! – Como você vê essa relação entre Blythe e seu trabalho?
Denize Barros – A Blythe não tem uma relação direta com o meu trabalho. Sou designer formada em desenho industrial/ programação visual e a primeira vez que vi uma boneca dessas faz muito tempo e se me lembro bem, a conheci através de alguns livros de design de objetos ou propaganda japonesa. Confesso que achei curiosa a forma, a relação de cabeça x corpo, a troca da cor dos olhos, os acessórios, fotos e logo me encantei com o clima “vintage” que a Blythe carrega consigo. A minha admiração pelo “objeto” Blythe se dá pelo design, pela possibilidade de composição visual, pelo objeto decorativo e conceitual e claro, pela boneca em si.
Há uma relação afetiva e inspiradora. Eu coleciono brinquedos e objetos que me emocionam e que me inspiram. Tenho na minha sala de trabalho várias peças que acompanham o meu processo criativo e as Blythes estão entre elas.
MTSR – O que a Blythe é pra você?
DB – Um objeto de design incrível com mil possibilidades e ainda muito pouco compreendido.
MTSR – Não tenho certeza, mas você começou a La Reina Madre antes de ter as Blythes, né?
DB – La Reina Madre surgiu em julho de 2004 com a necessidade de fazer trabalhos manuais durante um tempo ocioso. Na ocasião eu tinha um filho recém nascido e optei por não trabalhar formalmente e ocupar o meu tempo livre com coisas que me dessem prazer. Comecei fazendo bonecos de pano, sapatinhos, bolsas e objetos para amigas e conhecidas. O site/blog nunca teve um objetivo comercial. Hoje em dia, com o número cada vez mais crescente de frenquentadoras, La Reina Madre ocupa quase 70% das minhas atividades diárias e virou uma empresa formal que funciona paralelamente ao nosso estúdio de design gráfico.
MTSR – Como foi seu primeiro contato com elas e o que fez você querê-las?
DB – Eu respondi isso ali em cima, mas devo te confessar que estou longe de ser uma colecionadora. Eu acho a Blythe uma delícia e adoraria ter várias, mas por enquanto tenho apenas duas bonecas que ganhei de presente e algumas pessoas que sabem do meu gosto me enviam acessórios também. Estou louca para adquirir algumas outras, mas ainda não me dispus a procurá-las.
O apelo fashion, o gosto por toy art…? Acredito que seja um mix dessas coisas todas. Mas o que é fundamental nisso tudo é que é um objeto que me emociona.
MTSR – E pra finalizar, me fala um pouco da Reina…Você tem um estilo próprio e fixo, mas consegue sempre inovar bastante. Como você definiria a sua marca hoje em dia?
DB – La Reina Madre é uma grande brincadeira que dá certo e fica cada vez mais gostosa. Um negócio que me dá um enorme prazer e onde meu comprometimento é apenas fazer o que gosto, do jeito que gosto, para mim, para o outro, sem me preocupar com tendência ou modismos. Durante todos esses anos de site/blog pude aglutinar pessoas dos mais diversos lugares e tipos, que acompanham o site e que alimentam minhas idéias, contribuindo diariamente para que eu possa fazer cada vez mais peças diferentes, com combinações ousadas e alegres. Eu mesma atendo todos os pedidos, respondo cada e-mail, escolho cada tecido, modelo, enfim, acompanho todo o processo e imprimo o meu carinho e o de todas as pessoas que trabalham comigo em tudo que faço. Minha experiência como designer me dá uma liberdade maior na criação e noções bem básicas de ergonomia, diagramação e composição cromática. Não paro muito para pensar na “construção da minha marca” mas acho que o que fica mais óbvio para quem compra e consome é que tudo é realmente o que parece ser. ;o)
E ficamos por aqui, agradecendo e enviando um super beijo à queridíssima Ana Monteiro e claro, à Denize Barros. Que nos cedeu um pouco do seu tempo para nos dar esta entrevista.
Obrigada!